Falta de consistência e consciência
Escrevo como quem fala dormindo. A poesia brota de algum lugar surdo, como o fundo de uma garganta, como um pedaço de inconsciência. Resultado: poesia inconsistente por natureza. Provoca estranheza, talvez, naquele que lê procurando respostas, procurando perguntas confeccionadas por uma vida significativa e por horas e horas de leituras filosóficas. Chega e acaba lendo bobagem. Bobagem quando é visto por fora, quando parece que não brotou de um ser humano, mas de um teclado que resolveu sortear palavras por diversão. Não é bobagem. Pelo menos não pra mim, por mais que seja frase balbuciada num estado anestesiado. Poesia bêbada, sonolenta, de fim de tarde, quando os pensamentos estão bagunçados. Poesia lógica é pra doutores de faculdade e advogados. É rica, mesmo assim. Qualquer voz humana é válida. E significa algo. Daí a poesia tem duas partes: O mistério e a descoberta de significados... Rebeca Lima