Ruas
Ruas
Esburacadas
Sempre movimentadas
Tomadas pelos homens
Motores e pernas
Eles correm
O dever os espera
Indiferente aos que sofrem
Aqueles que habitam as ruas
A realidade é nua e crua
Veio o menino e falou
"Tio eu to com fome"
Mas o doutor não tem tempo
Ta atrás do sustento
Da sua amada família
Subiu de cargo, viva a meritocracia!
Só jogou uma moeda e nem viu o valor
Deu as costas e se mandou 10 centavos de quem não se importou
A barriga roncou
Não é falta de méritos
É falta de amor
O menino sentou
Abaixou a cabeça e chorou.
Ruas
A vida continua
Na sociedade regida pelo capital
Cruel e mortal
O menino ora e dorme observando a lua.
Rebeca Lima
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