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Mostrando postagens de julho, 2017

Como correr comigo

Conforme correr consigo,  Cada caminho conheço.  Contudo como castigo,  Caminho cada começo. Rebeca Lima

Palavra Solta - preciso de palavra sem voz

Decididamente, prefiro a palavra sem voz. Prefiro ouvir o grito e a pronúncia sem ter de ouvir qualquer tipo de voz humana.  Preciso, necessito, tenho de ouvir sempre a palavra sem voz. Triste do ser humano que desde o amanhecer ao anoitecer tem de continuamente estar ouvindo a palavra maldosa do vizinho, a fofoca do conhecido, a arrogância da autoridade, o esnobismo do poder, o tiro verbal disparado nas ruas, as hipocrisias da língua.  Não, não quero isso pra mim. Não quero mais ter na palavra ou na voz do outro a desfeita da vida.  Preciso, pois, de palavra sem voz. Uma palavra vinda do vento, chegada da boca da noite, expressada do lábio da brisa. Uma palavra que se traduza no olhar um pôr do sol, um amanhecer ajardinado e perfumado, um horizonte pronunciando sonhos e desejos de partida. Quero uma palavra assim, nascida na memória, no pensamento, na nostalgia. Quero uma palavra que me chegue cheirando a café torrado, a pão saindo do forno, a fruta madura de quintal. E a tudo resp

Luta diária

Então luto. Uma luta diária comigo mesmo, com os olhos cheio de lágrimas  Despejo que penso  Não existe santo na terra  Mas tento  Proceder  Respeito  Me coloco no lugar da pessoa, mas sou mal interpretada  Abaixo a minha cabeça  Já vivi essa novela  Me isolo  Tipo depressão  Pura revolta  Só não perde a trajetória Devido ter a solução  Tempo que me ajuda Me mantém nessa luta diária E com caridade  Se alimenta o coração  Vivo o agora, como se fosse o último da minha vida  O segundo adiante não me pertence  O que está valendo é o agora  Tudo bem não consigo sorrir  Lágrimas me afoga  Preciso correr antes que a consciência me pega Me pegou  Me torturou  Me jogou na lama  Cuspiu na minha cara  Chutou meu coração  Mas guerreira Enxuguei minhas lágrimas  Respirei fundo  Me limpei do inferno  Recomeço  Equilíbrio  Amadurecido  Uma velha eremita, pregando o Mundo Novo  Pega em minha mão  Viaja comigo  Acima escrevi  O que vale é o segundo agora  Na fé

Como matar um Artista?

É muito simples.  Corte suas asas para que não possa voar para ver além desta floresta negra chamada mediocridade. Encha sua cabeça com futilidades para sufocar sua criatividade. Serre suas pernas para que possa apenas rastejar em uma linha reta chamada rotina. Chame seus sonhos de ilusões e coloque-o em um emprego que ele odeia. E, por último, fure a sua pele e deixe vazar todas as cores que habitam o seu corpo, com o intuito de deixar apenas o monótono cinza preencher a sua existência. Rebeca Lima

O Jovem

Quando falo com palavras rebuscadas com sinceridade Que o jovem é o escravo da sociedade  Ninguém acredita  Acham que minhas palavras são meros produtos de delírios exagerados  Entretanto,não é difícil ver os jovens reduzindo seus sonhos à cinzas  Pulverizando sua felicidade  Descartando seus amores como despejos comparáveis ao lixo  Apenas para integrar um mundo que os trata como macacos de circo  Sem consideração com suas pessoas  Desgastando seus corpos e espíritos  Com o intuito de garantir estabilidade e satisfação para esse povo vil e doente  Cuja única função é encher a cabeça da juventude de palavras medíocres e sem significado  Ao invés de ouvir suas dores constantes  E quando os limites forem ultrapassados Os jovens colocam um mortal ponto final naquelas que poderiam ser belas histórias dentro de magníficos livros  Ou colocam pontos finais nas histórias de outras pessoas ao seu redor,um esforço inútil em curar a névoa em seu interior,formada pela angústia,trist

Feminilidade

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Dispersa pelos sentidos,  ali perto do coração,                como íntima linguagem de flor               no tato sutil de nossos dedos...               Por mais               que o mundo               comprima,               há sempre algo tão sereno...                                     Feminino , e tão mais leve... Rebeca Lima

O permanente estado de crise

Como surgiram os apocalipses diários? O fim há tanto tempo iminente  E ainda não consumado,  A morte lenta de um país,  Pela imensa preguiça, cuja raiz  Enreda-se no berço do gigante deitado,  É a origem na nossa própria gente:  Exploradores, tiranos e salafrários. Rebeca Lima

Jorro de Sangue

O jorro de sangue é poesia  Não há como estancar  O sorriso é a beleza da menina  Não se pode mensurar  O jeito dos olhos me fascina Não há mais o que falar. Rebeca Lima