Os muros se levantam

Não poderemos comprar 
Não poderemos plantar 
Não poderemos colher 
Não poderemos falar ou chorar 

Manipulam grosseiramente 
Os cérebros doentios 
Os ''intelectuais'' dementes 
E doídos estão os estômagos vazios 

Abram as valas aos indigentes 
Surrupiem o ouro negro 
Enterrem os tais dementes 
Alvejem as crianças inocentes 

Jatos da mais límpida água 
Desperdiçados, defronte aos rios que seus gemidos deságua 
Eles têm sede de novos horizontes 

Eu choro a gota que sobrou de um rio morto, como o mar 
Eu choro sem falar do que acabou! 
Choro a dor de um olhar 
Grito enquanto posso esbravejar 
E vem o choro do medo a ralhar com minhas angústias sem lar.


Rebeca Lima

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