São apenas registros...

 A vida é a maior das guerras  todo dia um novo campo de batalha  todo dia mais um corpo sobre a terra  todo dia alguém erguendo a toalha A todo instante estou batalhando  seja com meus temores  seja com aqueles que acham que estão me derrubando  mas revido com minhas armas: palavras, punhos e flores  Se lágrimas caírem  não será fraqueza, será cansaço se sonhos não se realizarem  não será desistência, será recomeço  Em meu peito abrigo a esperança  a última fagulha que se acende no desespero  e a chama que brilha no olhar de uma criança  E se alguém ousar cuspir desistência  se me disser palavras que desmereçam  não peço clemência não deixo que numa maré de pessimismo me prendam  pois em minha alma carrego a fagulha da persistência  Nem todas as batalhas podem ser vencidas  não acredito que a derrota é o fim  sempre haverão outras batalhas para serem superadas  e algumas deixarão um rastro carmesim  Enquanto pregarem que o mundo é dos vencedores  em meu peito acolherei os perdedores

As vezes me perco olhando pra cima  Em noites estreladas como essa  Tantos pensamentos pra se resumir em rimas  Tantos desejos pra transformar em uma nova promessa E quantos será que também admiram esse luar?  Param pra observar essas dádivas que nos são dadas Nesse mundo que tudo corre, nada pode parar Onde nossas almas estão demasiadamente ocupadas  Você mal percebe os detalhes a lhe cercar  Tornou-se humano máquina, fazendo o programado  Comer, trabalhar, dormir e acordar  Já não vive, apenas existe quase que lobotomizado  Quando foi a última vez que você parou pra sentir o vento?  Reparou no balançar das árvores  Se molhou na chuva e riu daquele inoportuno momento  Admirou as pequenas e delicadas flores  Quando foi que ouviu seu coração bater?  Ainda se permite sonhar?  Já se entregou ou continuará lutando até morrer? Repare agora, você está puxando pra dentro o ar  Os pequenos detalhes têm gritado por você todos os dias  Mas continua os ignorando, seu ouvido ensurdeceu?  Até quand