São apenas registros...

Se um dia eu disser que já não quero  Nem consigo viver com essa agonia  Só me entenda, é apenas o que espero  Por favor, não me ofereça mais um dia. Se eu disser que o meu futuro é nebuloso  E que, pra mim, no fim do túnel não tem luz  Não me diga que o infinito é tedioso  Você sabe o quanto a morte me seduz. Se eu disser adeus, apenas me abrace  Dê-me o seu afago mais suave e terno  Já não aguento sustentar esse disfarce...  Lá vou eu pra um novo tipo de inferno. Rebeca Lima

Me crítico pela falha  Exijo a perfeição  Me sinto apenas tralha  Mais uma decepção Não entendo porque sou assim  Não é isso que eu mereço  Desejo um recomeço  Mas as atitudes só levam ao meu fim Qual a dificuldade de seguir meus planos?  Porque sempre me perco nos enganos ?  Como cheguei nesse lugar?  Será que tem como voltar?  São tantas questões que não sei responder  Dúvidas que bagunçam minha mente  Mas não posso o que foi feito desfazer  O que me resta é seguir em frente  Na real, o que é um tropeço  Pra quem já cavou o fundo do poço  Com o tempo, todo erro se esvai  Me perdoo, afinal, todo mundo cai.  Rebeca Lima

Que é a vida  Fome e cansaço,  Miséria e ódio  Medo e horrores?  Que é a vida  Prisão passageira  Castigo divino  Selva de dores?  Passo oito horas  Ganhando a vida?  Perdendo a vida?  Digam senhores!  No meu caminho  Só vejo pedras  Só vejo armas  E nunca flores.  Dinheiro é rei  Trabalho obrigação  Eu ouço isso desde menino  Mas me recordo  Pelas horas que são  Que o trabalho é castigo divino.  Por culpa de alguém  Que eu nem conheci  Pessoas perdem  Outras pra morte...  Ouvi dizer que quem castigou  É misericordioso  Não tive sorte.  Escrever certo  Por linhas tortas  Eu sempre quis  Mas não consegui Eu bato a cara  Em diversas portas  Será que um dia vou conseguir? No meu momento  De desespero  Levanto as mãos  Pra alguém invisível  Nada acontece  Não sou ouvido  Talvez eu seja  Um ser desprezível...  Não tive sorte  E nem companhia  Sigo um caminho  Sombrio só  E a única verdade  Quem diria  É minha carne  Virando pó... Rebeca Lima

Depois do que você fez Depois de tanta estupidez De tantos gestos brutos De ser senhora absoluta, Da razão Depois de tanta idiotice Eu digo não,  Para essa mesmice De vida Isso nunca foi amor,  A não ser Que eu goste de sofrer,  Que eu queira me enganar,  Continuar  Com essa melancólica história Com essa luta inglória,  A ser tratada sem afeto,  Objeto direto do seu rancor,  Coisa que eu não estou mais afim Até ontem foi assim,  Mas, basta, cansei desse tom cinzento,  Do seu comportamento febril,  Cansei de ser um instrumento,  Do seu insólito prazer,  De ser usada,  Calada, desalada,  Descarrilhada como um trem... Vai para puta que pariu!  E passar bem.  Rebeca Lima