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Mostrando postagens de agosto, 2021

Os momentos que acontecem

Conheço a dor da morte  Conheço alegria do nascimento  Já presenciei a sorte  Já sucumbi ao sofrimento Já chorei em meio a multidão  E abracei o desespero  Senti partir meu coração  Dando gritos em exagero  Cantei até perder a fala  Bebi até dormir no chão  Já rolei de dor no chão da sala  Até tentei escrever uma canção Me arrependi do meu passado  Bebendo com a morte e gargalhando  Já coloquei os pés no outro lado  E acordei no outro dia respirando Já matei meu lado sonhador  E desisti várias vezes do futuro  Já adoeci com tanta dor  Me perdoei, e entendi que assim me curo Já tentei carregar o mundo  Aprendi que não sou tão forte  Hoje tento apenas carregar o meu  É o meu limite de transporte  O tempo corre e não dá tempo de respirar  A alma vai sangrando e eu nem consigo estancar  Aprendi que toda hora chega, e os que eu amo falecem  A vida vai correndo e os momentos acontecem. Rebeca Lima

EU SOU

eu sou aquela confusão entre torcidas dentro do estádio sou uma disputa entre mente e coração sou aquilo que toca e tocou no rádio sou aquilo que se perdeu e também o que foi encontrado sou tudo o que não aconteceu  e também o que ficou no passado sou flor que desabrochou no chão e seus afiados espinhos sou inverno, sou verão sou inicio e o fim de todos meus caminhos sou composta pelas minhas confusões, feito de inúmeras contradições,  não tento mais procurar sentido,  pois cada vez que tento eu fico mais perdido sou a sombra na escuridão e o pássaro no raiar do dia sou os versos da mais triste canção cantada em ritmo de alegria  sou a falta de ar o vento que sopra o mar a criança que teme o escuro a Berlim separada por um muro eu sou a miséria cercada de abundância o excesso de matéria para suprir sua ganância sou a união soviética, um grito de revolução eu sou a ala poética restaurando cada coração  sou o sangue para o sacrifício, o piche no edifício, a chuva de verão, a barulhenta m

Quando a vida começa

Do nada você esta lá, nascendo rodeado de gente que não conhece dia a dia vai vivendo e aos poucos você cresce  E sem ao menos esperar você já tem consciência do ser já sabe andar e falar até sonha com que vai ser quando crescer Entre traquinagens e malcriações broncas e castigos demonstra evoluções aprende com os pais e amigos Chega adolescência, rebeldia dependente querendo liberdade  um mundo pra desbravar, euforia aceitando apenas sua verdade Então adulto, contas a pagar  trabalho, expediente, luta semanal almeja a folga para descansar estar sobrecarregado tornou-se normal Se repreende temendo o que os outros vão pensar já não está se reconhecendo só quer se encaixar Assim você nunca vai viver a vida passa e tem pressa é só uma chance e na hora que isso perceber é quando a vida começa  Rebeca Lima

Eu já sobrevivi aos meus piores dias

Vivo pelo que acredito respiro meus ideais todas manhãs, meus sonhos grito prometendo que os tornarei reais Tomo dores que não me pertencem choro por pessoas que nunca conheci as vezes essas dores me adoecem mas a esses conflitos? Eu sempre resisti  Uns dias, faço-me vítima dos sentimentos  noutro, sou senhora de cada emoção conto-me as histórias de meus sofrimentos relembro os dias em que fui solidão  Canso de tudo, pulo do precipício sinto pelo corpo o desespero de cair  faço desse momento de fim, um novo início  dou-me asas, e as perturbações começam esvair  E depois de passar por todas essas turbulências sento no sofá, ao lado do meu passado ele vai narrando sobre todas minhas sofrências e delas eu gargalho Toda vez que penso em desistir preenchida de sensações vazias quando tudo me parece que vai ruir lembro-me eu já sobrevivi aos meus piores dias. Rebeca Lima

Ciclos viciosos

Correndo em busca de uma saída  Vou me perdendo por caminhos  Nos pés vão criando feridas  Quando percebo, estou descalço sobre espinhos  Estou a tanto tempo nessa jornada  Que o corpo tá cansado  Me sinto algo E me sinto nada  Tenho medo do futuro  Me assusta seguir em frente  Eu não sei o que procuro  Sou meu obstáculo, último oponente  Depois de tantas voltas  Sempre me acho no mesmo lugar  Me preencho de revoltas  Faço promessas sobre mudar  Então devoro minhas falhas  Bebo os sentimentos venenosos  No fim, vou correndo das batalhas  Volto pros ciclos viciosos. Rebeca Lima